terça-feira, 12 de junho de 2012

Sanduíche - Um quebra-galho que não deve virar vício


Para acabar com a mania de refeição apressada, muita gente está procurando enriquecer a alimentação retornando a um velho hábito: a marmita.












Como é seu almoço? Você tem a sorte de comer tranquila(o) em casa ou faz parte do imenso número de pessoas que, nas grandes cidades, não tem tempo para almoçar?
Se a sua vida tem sido um festival de sanduíches ao meio-dia, já está mais do que na hora de pensar no assunto. É claro que uma refeição apressada, de vez em quando, não faz mal a ninguém. O seu hábito sim é um problema e as consequências não demoram a aparecer: mal-estar no estômago, dores de cabeça e fome, tudo isso sem falar no aspecto fundamental - a insuficiência de nutrientes que costuma provocar.

Nosso corpo pede mais

Realmente, com pressa e sem dinheiro fica difícil fazer um almoço com aquilo que seu organismo precisa. Mas será que comer sanduíches alimenta? Quem responde é a nutricionista Maria Helena Villar: "É ilusão pensar que estejamos nos alimentando com um sanduíche à hora do almoço. Mesmo que seja grande, só suprirá o indivíduo no aspecto da proteína. Podemos afirmar então que ele é, na verdade, uma refeição pobre".
Nosso organismo pede mais. Pede a ingestão de vitaminas, minerais, gorduras, hidratos de carbono e água, encontrados basicamente nos alimentos de quatro grupos: leite, carne, cereal, fruta e hortaliça.

Café e jantar: mais capricho

O problema fica mais grave se pensarmos que o café e o jantar são, geralmente, duas refeições também pobres. Maria Helena pondera:
"Para passarmos com um sanduíche no almoço, devemos enriquecer o desjejum. Basta combinar alimentos que contenham proteína animal (ovo, iogurte, carne ou queijo) com vitaminas e minerais encontrados nas frutas, mais os hidratos de carbono de cereais, como milho, aveia, pão, bolo, broa, mingau, biscoito e canjica".
Mas não é nada fácil mudar antigos hábitos. Quem está acostumado a um cafezinho pode até sentir-se mal ao trocá-lo por uma refeição completa. Maria Helena dá algumas dicas: "Vá devagar. Comece prineiro com um copo de leite. No dia seguinte, coma uma bolacha. No outro, tente tomar um suco de frutas e assim por diante". Dessa forma, sua cabeça e seu organismo acostumam-se com a idéia. Segundo a nutricionista, a disposição para a vida é outra, ganhando ritmo, quando mudam os hábitos da alimentação matinal.
Agora, se você não consegue mudar seu café, procure caprichar na refeição do meio-dia. Abandone o sanduíche e tente almoçar de verdade. E, se o seu orçamento não permite frequentar um restaurante, experimente um antigo e excelente costume: a marmita.
Você pode torcer o nariz à ideia. Afinal, a marmita foi tão desestimulada até hoje que acabou se tornando um desprestígio. No entanto, já podemos observar um retorno à ela, principalmente por causa da queda do poder aquisitivo do brasileiro. Quem come fora está comendo cada vez pior, porque o preço da alimentação é alto em relação ao salário. Por isso muita gente optou pela marmita.
 Maria Helena afirma: "A refeição de marmita é mais sadia que qualquer lanche rápido da rua, além de ser mais econômica".

Conselhos práticos

Para quem usa a marmita e para quem vai usar, vai aqui um alerta: o recipiente plástico não deve ser aquecido, sob risco de liberar substâncias tóxicas. Prefira o recipiente tradicional, de ágata, alumínio ou o térmico, mais moderno. As embalagens plásticas servem para frios, saladas, ovos cozidos, vegetais ou mesmo um sanduíche feito em casa - mais elaborado e barato do que os comprados. A fruta é uma sobremesa ideal, porque completa a refeição com minerais e vitaminas.
Se você ponderar sobre tudo isso e mudar seus hábitos, descobrirá que seu dia poderá ser muito mais agradável. Uma pessoa que costuma se alimentar de forma sadia tem mais disposição. Experimente: o aumento da produtividade no trabalho e na escola pode ser a primeira surpresa que esta mudança lhe reserva.

Reportagem: Maria Lúcia Nieto


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